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Descubra o que é refúgio agrícola e como ele pode ajudar sua lavoura

Já ouviu falar da tecnologia Bt? É uma técnica da qual os agricultores usam um percentual de sementes sem os genes da bactéria Bacillus thuringiensis (não Bt) em uma área de plantio com sementes transgênicas. Essa prática tem como objetivo evitar o surgimento e a proliferação de pragas resistentes aos inseticidas contidos pelas culturas Bt.

É uma prática que gera a sustentabilidade do sistema de produção e estimula a proteção da rentabilidade dos agricultores. Ela se dá da seguinte forma: os insetos do refúgio cruzam com os insetos da área Bt e geram novos indivíduos misturados suscetíveis à ação da tecnologia.

Como fazer o seu refúgio agrícola

Você pode escolher entre três tipos de refúgios para aplicar na sua lavoura a bordadura, o bloco e o perímetro. Para que ele aconteça com eficácia, o primeiro passo é realizá-lo na mesma propriedade e época do plantio da cultura Bt e manter, preferencialmente o mesmo tipo de produção, apostando em plantas da mesma espécie e que possuam porte e ciclos similares aos das plantas Bt.


Além disso, mais uma série de cuidados serão fundamentais para o sucesso do seu refúgio agrícola. São eles: 

  1. Há diferença na porcentagem da área de refúgio recomendada e ela varia de acordo com o plantio. Por exemplo, para o milho, é indicado 10%, enquanto que para algodão, o recomendando é uma porcentagem de 20% de refúgio;
  2. Para implantar o refúgio agrícola, é necessário respeitar um limite de, no máximo, 800 metros de distância entre o plantio transgênico e a área de refúgio, e isso vale para todas as culturas;
  3. Escolha bem a localização para que ocorra o maior número de acasalamentos entre os insetos das duas áreas. 
  4. Não considere áreas de propriedades vizinhas como áreas de refúgio mesmo que elas também adotem a técnica. 

 

Além disso, é de extrema importância adicionar à técnica de refúgio outras duas: o Manejo Integrado de Pragas (MIP), juntamente com o Manejo de Resistência de Pragas (MRI). Elas são práticas de monitoramento que indicam como estão as pragas, avaliam prejuízos e ajudam a definir o melhor defensivo agrícola para a situação.

Esses monitoramentos devem ser feitos, pelo menos, uma vez por semana e vale considerar que cada tipo de plantio pode pedir uma técnica diferente. Por exemplo, se falamos da soja, uma das técnicas que devem ser somadas ao refúgio agrícola é a de pano-de-batida. A amostragem permite identificar quais os tipos de praga encontrados e ajuda na escolha do melhor método de controle.

 

Implementado na agricultura brasileira na década de 80, o MIP é dividido nas seguintes ferramentas de controle:

  • produtos químicos.
  • agentes biológicos; 
  • extratos de plantas; 
  • feromônios; 
  • plantas Bt;
  • manejo cultural; 
  • plantas-iscas. 

O MRI, por sua vez, é inserido dentro do MIP e é utilizado para evitar a evolução dos insetos-praga. Para que a técnica também seja efetiva, é preciso que:

  • utilizar insetos resistentes ao gene Bt;
  • verificar a proporção de indivíduos resistentes e não resistentes;
  • avaliar o padrão de herança da resistência para entender os indícios de que o gene resistente será herdado.

Tanto no MRI quanto no MIP, as áreas de plantação Bt e não-Bt devem receber o mesmo tipo de tratamento quando se fala no controle de plantas daninhas e na adubação. Dessa forma, os ciclos não ficam dessincronizados e mantêm maiores chances de acasalamento entre os insetos de ambas as culturas.

Vantagens de aplicar o refúgio agrícola na  sua lavoura 

Agora que você entendeu o conceito de refúgio agrícola e como aplicá-lo, entenda como ele pode ajudar a sua lavoura. Nós listamos aqui algumas vantagens ao apostar na técnica:

  • diminuição de população de pragas resistentes;
  • maior eficácia do plantio; 
  • maior produtividade. 


Nos vemos no próximo conteúdo. 

 

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