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Créditos de carbono na agricultura: entenda porque é importante, como funciona e o que pode gerar no agro

Saiba como o mercado de créditos de carbono na agricultura funciona, como é a regulamentação e como ele pode gerar renda para produtores rurais no agro.

O agro brasileiro diante de uma nova fronteira verde

O agronegócio brasileiro é referência mundial em produtividade e inovação. Mas, nos últimos anos, um novo fator vem se destacando na pauta do campo: a sustentabilidade como oportunidade econômica real.

Além de alimentar o mundo, o produtor rural brasileiro agora pode também “capturar carbono” e transformar boas práticas agrícolas em receita adicional. Esse é o papel do mercado de créditos de carbono — um setor em plena expansão, que coloca o agro no centro das soluções para as mudanças climáticas.

Mas, afinal, o que são esses créditos? Como eles funcionam na prática? E, principalmente, como o produtor pode acessá-los de forma segura e rentável?

O que são créditos de carbono

De forma simples, um crédito de carbono representa uma tonelada de dióxido de carbono (CO₂) que deixou de ser emitida ou foi removida da atmosfera.
Esses créditos são certificados e podem ser vendidos a empresas ou instituições que precisam compensar suas emissões de gases de efeito estufa (GEE).

Existem dois tipos principais de mercado:

  • Mercado regulado: previsto em acordos internacionais e legislações nacionais (como o futuro Mercado Brasileiro de Redução de Emissões - MBRE).
  • Mercado voluntário: onde empresas e pessoas compram créditos espontaneamente, como parte de metas de ESG e neutralização de carbono.

Por que o mercado de carbono é estratégico para o agro brasileiro

O Brasil está entre os países com maior potencial de geração de créditos de carbono agrícolas do mundo. Isso porque nossas propriedades já utilizam práticas que reduzem emissões e aumentam o sequestro de carbono — como plantio direto, integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e recuperação de pastagens.

Outros fatores fortalecem essa vantagem competitiva:

  • Alta produtividade e eficiência energética: nossa matriz de produção agrícola emite menos carbono por tonelada de alimento produzido que a média mundial.
  • Reconhecimento internacional: o país é referência em soluções baseadas na natureza, como reflorestamento e manejo de solos agrícolas.
  • Demanda global crescente: compradores internacionais estão exigindo rastreabilidade e comprovação de práticas sustentáveis nas cadeias de soja, carne e café.
  • Regulação em andamento: o Decreto nº 11.075/2022 e o PL 412/2022 (em tramitação) estabelecem as bases do mercado nacional de carbono, criando oportunidades diretas para o setor agropecuário. A regulamentação ainda pode ter mais desdobramentos.

 

Como funciona a geração de créditos de carbono no agro

Desenvolver créditos de carbono não é automático, exige um processo técnico e certificado, composto por quatro etapas principais:

1️⃣ Diagnóstico e planejamento para créditos de carbono no agro

Uma equipe com especialistas avalia a propriedade, mapeando as emissões e as oportunidades de redução ou sequestro de carbono. São analisados fatores como tipo de solo, sistema produtivo, uso de fertilizantes e manejo do rebanho.

2️⃣ Implementação de práticas sustentáveis no agro

O produtor passa a adotar ou aprimorar práticas que reduzem emissões ou capturam carbono. Exemplos:

  • Recuperar pastagens degradadas
  • Implantar ILPF
  • Utilizar biofertilizantes e adubação de precisão
  • Aproveitar resíduos animais para geração de energia

3️⃣ Monitoramento e certificação na agricultura

Os resultados são mensurados e auditados com base em metodologias e pesquisas reconhecidas internacionalmente, como a VM0042 (Improved Agricultural Land Management) da Verra, ou padrões Gold Standard e Climate Action Reserve.

4️⃣ Emissão e comercialização da geração de créditos

Após a validação, os créditos são emitidos digitalmente e podem ser negociados em mercados voluntários ou, em breve, no mercado regulado nacional. É hora dos negócios!

 

Práticas agrícolas que podem gerar créditos de carbono

As seguintes práticas já são reconhecidas por reduzir ou capturar carbono e, portanto, podem ser convertidas em créditos válidos:

  • 🌾 Plantio direto na palha: reduz o revolvimento do solo e mantém o carbono estocado.
  • 🐄 Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF): aumenta produtividade e captura carbono em diferentes estratos.
  • 🌿 Agricultura regenerativa: restaura a fertilidade natural do solo e reduz insumos químicos.
  • 🌳 Reflorestamento e manutenção de áreas nativas: garantem sequestro contínuo de carbono.
  • 💩 Manejo de dejetos animais: reduz emissões de metano e pode gerar biogás.
  • 🌾 Uso racional de fertilizantes e bioinsumos: diminui a liberação de óxidos de nitrogênio (N₂O).

 

Quanto vale um crédito de carbono agrícola?

Os preços variam amplamente, conforme a metodologia, escala do projeto e demanda.
Atualmente, no mercado voluntário internacional, as faixas praticadas ficam entre US$ 10 e US$ 100 por tonelada de CO₂, dependendo da certificação e da origem do crédito.

No Brasil, os primeiros créditos agrícolas certificados pela Verra (solo) foram negociados acima de US$ 20 por unidade, um valor expressivo para o início do setor.
Contudo, é importante lembrar que há custos de implementação, monitoramento e certificação — e que a rentabilidade líquida depende da escala e da eficiência do projeto.

 

Como o produtor rural pode acessar esse mercado

Entrar nesse novo segmento exige apoio técnico especializado.
O produtor pode começar de três formas:

  1. Parcerias com cooperativas e consultorias ambientais – que agrupam produtores e reduzem custos de certificação.
  2. Projetos coletivos regionais (clusters) – formato indicado para pequenas e médias propriedades.
  3. Plataformas digitais e fintechs do agro – que conectam fazendas a compradores globais de créditos.

O importante é garantir que o projeto cumpra três critérios exigidos internacionalmente:

  • Adicionalidade: comprovar que as ações de redução não aconteceriam sem o projeto.
  • Mensuração e verificação: auditoria independente dos resultados.
  • Permanência: garantir que o carbono capturado não será liberado de volta.
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O papel da KUHN na agricultura sustentável e de baixo carbono é importante

A KUHN tem papel essencial nessa transição.
Suas tecnologias ajudam o produtor a atingir máxima eficiência e reduzir impactos ambientais, tornando o campo mais produtivo e sustentável.

  • 🌾 Plantio e preparo de solo inteligentes: máquinas que favorecem o plantio direto e reduzem erosão e emissão de CO₂.
  • 💧 Pulverizadores e distribuidores de precisão: tecnologia ISOBUS e controle de seções garantem uso racional de insumos.
  • 🔍 Telemetria e MyKUHN: ferramentas que monitoram dados operacionais e podem subsidiar comprovação de sustentabilidade.
  • 🔩 Eficiência e durabilidade: menor consumo energético por hectare trabalhado — fator relevante em cálculos de pegada de carbono.

Em outras palavras: a força da KUHN no campo também é força para um agro mais limpo, competitivo e preparado para o futuro.

Produzir mais, emitir menos e lucrar melhor

O mercado de créditos de carbono é mais do que uma tendência, é uma revolução silenciosa que já começou no agro brasileiro.
Com tecnologia, gestão e compromisso, o produtor rural passa a ser reconhecido como agente de mitigação climática e parceiro estratégico da sustentabilidade global.

Mais do que uma oportunidade financeira, trata-se de um novo modo de produzir e de pensar o campo, em que rentabilidade e responsabilidade caminham lado a lado.

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